Representantes da ANP foram os convidados para o segundo Webinar de 2022 promovido pela Rede Petro – BC, realizado na última quinta, dia 17 de fevereiro. A apresentação contou com a audiência de cerca de 60 associados online. O superintendente Alfredo Renault e o superintendente adjunto de Exploração Fábio Brant mostraram otimismo com o cenário do setor de Energia e Petróleo e a expectativa para o ano corrente. Eles apontaram a necessidade de investimento em inovação por parte dos fornecedores para a manutenção da competitividade. O webinar está publicado, na íntegra, na página da da instituição no Youtube.
Os representantes da ANP destacaram o ambiente favorável para a geração de oportunidade de negócios no setor de Energia e Petróleo. Eles apontaram a necessidade de adoção de medidas para a redução do declínio natural de produção da Bacia de Campos como o apoio ao mercado de pequenos e médios produtores e aumento do fator de recuperação nos campos maduros.
“Acreditamos que empresa média tem que estar com portfólio médio. Sabemos que uma grande quantidade de portfólio numa única empresa é difícil, pois a tendência é priorizar as grandes operações. Com um operador de menor porte para trabalhar nesses campos maduros, a gente sabe que vai ter um incremento. O plano de desinvestimento da Petrobras tem um papel central nesse objetivo”, explicou Brant.
Para Alfredo Renault, que há mais de uma década debate os caminhos do setor em Macaé e região, esse cenário vai ter um reflexo direto para o empresariado local. “Estamos discutindo há muito tempo sobre a necessidade de diversidade de clientes. O novo cenário vai gerar oportunidades e aprendizado para as empresas poderem construir o seu relacionamento comercial e apresentar os seus produtos e serviços a diferentes atores que agora estão incorporados”, destacou Renault.
O superintendente da ANP salientou ainda a localização e papel logístico de Macaé com toda a infraestrutura de produtos e serviços que existe entre o litoral e as unidades produtoras. Para Renault, a chegada de novas unidades produtoras significa um maior fluxo e maior demanda por serviços, principalmente, em Macaé.
“Será uma grande oportunidade para as empresas em termos de volume de investimento, número de novas plataformas e FPSOs, além do aumento do fator de recuperação – que significa um aumento da produção com mais baixo investimento do que o desenvolvimento de um novo campo e tem um enorme efeito para a região. Essa parece ter se tornado uma questão central para o setor. Além disso, a diversidade de atores é fundamental para diminuir a curva de declínio, gerando royalties participação especial e tributos”, previu.
Confira outros trechos do Webinar
DESINVESTIMENTO – a política de desinvestimentos de campos terrestres e águas rasas da Petrobras foi apontada pelos representantes da ANP como fundamental para o desenvolvimento do setor nos próximos anos.
PROJEÇÃO A CURTO PRAZO – de acordo com dados da ANP, em 2021 a produção de petróleo na Bacia de Campos chegou a marca de 860 mil barris por dia. A reguladora prevê o incremento de cerca de 5% em 2022.
PROJEÇÃO A LONGO PRAZO – com a produção nacional atingindo, atualmente, cerca de 2,8 milhões de barris por dia, a ANP projeta que, em 2030, a produção diária chegue a 5 milhões de barris. A expectativa é que o país passe de oitavo exportador mundial de petróleo para o quinto posto.
INVESTIMENTO – estão previstos investimentos na casa de 118 bilhões de reais em em Energia e Petróleo em 2022, deste montante, 2,7 bilhões destinados à fase de exploração.
DADOS DA BACIA DE CAMPOS – com uma área de 28 mil Km, a Bacia de Campos conta com 10 operadoras atuando em 60 campos de produção em 34 blocos exploratórios.
NOVAS OPORTUNIDADES – outras oportunidades para o empresariado foram destacadas durante o Webinar. As obras da termelétrica impactam diretamente o setor produtivo de Macaé, com uma grande demanda de serviços e produtos. Os representantes lembraram também as oportunidades criadas com as obras do Porto do Açu. Além disso, a ampliação da estrutura portuária é uma oportunidade de reafirmar o Município de Macaé na posição de hub de interligação e de logística.
INOVAÇÃO – segundo Renault, o Brasil tem um excelente posicionamento na pesquisa acadêmica e péssimo posicionamento em inovação. Os fornecedores têm investido mais em inovação. Os projetos que envolvem fornecedores estão começando a crescer, voltados para a produção de efetiva inovação. Isso dará competitividade ao nosso setor, o que impactará no aumento da produtividade e do salário médio. Isso é parte essencial de um caminho que visa tirar o Brasil da posição de país de renda média. “Após dois anos de dificuldades, o setor vai colher resultados a partir deste ano. Tecnologia no Mundo do fornecimento é fator de competitividade, o que significa: ampliação de mercado”, observou Renault.
A apresentação completa está disponível no canal da Rede Petro – BC no YouTube ou acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=GDqQkqkH9xY&t=313s.