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Rede Petro-BC e ABPIP realizam encontro virtual sobre o cenário P&G Onshore

No dia 17 de março de 2023, aconteceu um encontro sobre o cenário P&G onshore, realizado pela Rede Petro-BC, em parceria com a Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP), e com o apoio do Sebrae Norte Fluminense. O evento online reuniu diversos representantes de empresas associadas da Rede Petro-BC e convidados.

Como em anos anteriores, o Secretário Executivo da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP), Anabal Santos Junior, participou com uma apresentação sobre o cenário do segmento onshore, que está passando por um processo de transição muito importante e que traz muitas oportunidades para os fornecedores da Bacia de Campos. O tema está em total sintonia com as estratégias da Rede Petro-BC, que prioriza para esse ano a busca de novos mercados e o atendimento ao mercado de afretamento de sondas. Vale ressaltar que a ABPIP é uma associação de empresas independentes, sem fins lucrativos, presente em 13 estados, com 40 associados entre operadores e fornecedores para o ambiente onshore e offshore de P&G, que juntas produzem cerca de 180 mil boe/dia.

Como apoiador dessa iniciativa, Guilherme Reche, Coordenador Regional do Sebrae/RJ, foi o primeiro a se pronunciar e reforçou em sua fala o apoio da instituição a esse tipo de ação, para a qual o Sebrae se propõe sempre a ser parceiro. Guilherme ressaltou o protagonismo da Rede Petro-BC, que vem realizando com muita solidez um papel de extrema relevância, inclusive no cenário nacional. O Sebrae apoia e desenvolve ações que possam refletir em maiores resultados, ampliação de mercados e desenvolvimento do setor P&G.  

Anabal Santos inicia sua apresentação relembrando o início da ABPIP, que nasceu há 16 anos, já com desafios diante das condições do mercado e que conquistou sua robustez ao longo do tempo com uma visão futurista e o apoio de entidades parceiras. Essa fala é uma forma de tranquilizar todos sobre possíveis visões pessimistas do atual cenário, que passa pela suspensão e revisão do plano de desinvestimento da Petrobras, e preparar o terreno para apresentação de novas perspectivas. Ele lembra ainda que não se tem como medir o tamanho das fontes exploratórias já conhecidas, mas ainda há muito a se explorar e descobrir. Lembrou também que existem várias operações secundárias acontecendo, que geram negócios e movem o mercado, num ciclo orgânico de compra de ativos grandes, que futuramente, com a diminuição da capacidade de exploração, serão repassados para pequenas empresas e assim mantendo ativa as possibilidades de negócios. “É assim que funciona no mundo inteiro essa dinâmica do mercado de petróleo”, afirmou Anabal. 

Foi apresentado o cenário atual do setor petrolífero no Brasil, num comparativo dos últimos 24 anos de atividades onde, em 2022, a produção de petróleo atingiu 3,021 milhões de barris/dia e 137,879 milhões de m3/dia de produção de gás natural. Em termos de royalties foram distribuídos R$ 59,13 bilhões e R$ 54,25 em participação especial. São números que demonstram claramente o quanto essa indústria tem capacidade de gerar riquezas. 

Ao citar do momento de incertezas que afetam o mercado na atualidade, como já vem sendo amplamente abordado em mídia nacional, foi citado o artigo 7º da MP nº 1.163, de 28 de fevereiro de 2023, que trata de imposto sobre exportações de petróleo e coloca em risco a competitividade da indústria. O artigo tem sido muito criticado e afeta a arrecadação dos estados e a geração de empregos. Além disso, a exemplo do que aconteceu em outros países, outros setores da economia, inclusive o mercado financeiro, podem ser afetados num efeito cascata. Diversas entidades do setor e representantes governamentais estão se posicionando contra e a expectativa é que o Governo Federal recue e retire o artigo. 

Outro ponto crítico que tem gerado instabilidade no mercado foi a manifestação do Ministério de Minas e Energia sobre a suspensão por 90 dias de novas adesões ao plano de desinvestimento da Petrobras para reavaliação da política energética nacional e por conta da instauração da nova composição do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). O mercado em geral, sobretudo as empresas internacionais, foram pegas de surpresa e as ações da Petrobras caíram como reflexo diante de uma insegurança jurídica.

Para a ABPIP a atuação das operadoras independentes de P&G em campos maduros representa movimentos significativos em direção a um mercado mais aberto, oportunidade de ganhos também para a sociedade brasileira, promovendo crescimento e desenvolvimento econômico e geração de emprego e renda a milhares de pessoas. Haja visto seus projetos que apontaram altos índices de resultados positivos. A produção em bacias terrestres, por exemplo, aumentou substancialmente a partir de 2019, com a aquisição de ativos no programa de desinvestimento, iniciado em 2015, e hoje representa 6% da produção nacional de petróleo e gás. Foi um crescimento de 30% no período de 2016 a 2022, com uma perspectiva de potencial de crescimento de 122% até 2025. Com a distribuição de royalties os ganhos sociais foram proporcionais, com a geração de novas vagas de empregos e apoio a projetos socioambientais. 

Segundo Anabal, cerca de 95% das bacias brasileiras ainda não tiveram nenhum tipo de atividade exploratória. Temos em torno de 4 milhões de km2 em área sedimentar com maior potencial para prospecção de hidrocarbonetos, mas apenas 200 mil km2 contratados (5%). Isso aponta paragrandes oportunidades na atividade e exploratória, mas para tanto é necessário investir no projeto de ampliação de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Ele ainda indica o processo de abertura que o mercado brasileiro de gás está passando que gera novas oportunidades de negócio. Na esfera federal a nova regulação aprovada em 2021, que permite a entrada de novos fornecedores no mercado, com acesso à infraestrutura existente, e na esfera estadual o avanço nas novas regulações, que vai permitir a comercialização direta a clientes livres.

Anabal concluiu sua apresentação afirmando que, com as medidas necessárias, a ABPIP poderá continuar contribuindo para impulsionar o desenvolvimento social e econômico da região. Suas ações focam em atrair novos investimentos, aumentar a produção de O&G, gerar emprego e renda, aumentar o valor dos royalties pagos e a arrecadação para estados e municípios.