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EPE analisa e destaca oportunidades no mercado de Petróleo em Webinar promovido pela Rede Petro-BC

A diretora de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética – EPE, Heloísa Borges, foi a convidada da Rede Petro-BC para o primeiro Webinar de 2022, realizado na última quinta, dia 10 de fevereiro, na página do Youtube da instituição. Durante a apresentação, a executiva fez uma análise do futuro do mercado de Petróleo e Gás diante da necessidade de mudança da matriz energética em função do aquecimento global. Além disso, Heloísa abordou temas como o impacto da pandemia no setor, as perspectivas de investimentos e de mudanças no segmento de Energia e Petróleo, como nas chamadas “novas fronteiras”. O webinar contou com a participação de cerca de 60 pessoas online. 

EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA – A EPE é uma empresa pública federal, criada em 2004, com a finalidade de prestar serviços ao Ministério de Minas e Energia – MME na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético. As áreas de estudo de EPE envolvem energia elétrica, petróleo e seus derivados, gás natural, carvão mineral, energia nuclear, energias renováveis, eficiência energética, dentre outras. A EPE é integrante, com direito a voto, do Conselho Nacional de Política Energética – CNPE. 

Dentre as funções da EPE estão: a identificação e quantificação de potenciais de recursos energéticos; a promoção de estudos para suporte ao gerenciamento da relação reserva/produção de hidrocarbonetos no Brasil, visando à autossuficiência sustentável; a promoção de estudos de mercado visando definir cenários de demanda e oferta de petróleo, seus derivados e produtos petroquímicos; e a elaboração de estudos relativos ao plano diretor para o desenvolvimento  da indústria de gás natural.  

TRANSIÇÃO ENERGÉTICA – Para a diretora, os estudos do EPE mostram que o movimento de mudança da matriz energética – com a substituição dos combustíveis fósseis por matrizes sustentáveis como eólica, solar, eletricidade, biomassa avançada e outros combustíveis – deve ser feita de forma gradual.

“Sabemos que para conter o aquecimento global, a participação relativa dos combustíveis fósseis precisa declinar. Ressalto, participação relativa não quer dizer que vamos parar de usar petróleo. Projeções indicam que o consumo de hidrocarbonetos, em termos absolutos, ainda aumenta. O consumo mundial de energia vai aumentar muito e as energias renováveis passam a ganhar espaço. As demandas por petróleo e carvão nunca foram tão altas. E elas permanecem altas pelas próximas quatro décadas”, explicou.

Para Heloísa, ainda será necessário o petróleo e o gás natural para fazer a transição de forma sustentável e economicamente viável para todas as sociedades. “A gente está vendo a indústria de Petróleo atuante e atual. Para a transição energética e a redução das emissões, precisamos que a indústria de Petróleo seja parte disso. E que a própria produção petrolífera se ‘descarbonize’ e seja cada vez mais eficiente”, concluiu.

TENDÊNCIA A AUMENTO DE PREÇOS – Com a demanda crescente por petróleo, os estudos da EPE indicam uma tendência de alta, com volatilidade e comportamento de pico de preço. De acordo com Heloísa, enquanto o Governo dos Estados Unidos faz uma previsão de que o preço do barril chegue a 140 dólares, a EPE considera que o preço máximo atinja 100 dólares.

SOLUÇÃO PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL – Dois grupos de trabalho foram criados no Conselho Nacional de Política Energética – CNPE. O primeiro para tratar do licenciamento ambiental e outro para estudar a oferta de novas áreas. O objetivo é criar condições para estabelecer um novo ciclo virtuoso da indústria do petróleo. “Hoje o que nos impede de avançar é a demora do licenciamento ambiental. É urgente avançarmos na solução para essa questão. Não significa passar por cima dos órgãos ambientais. Temos que encontrar uma solução para que se possa explorar e prosseguir com a atividade de forma segura para o meio ambiente e de forma benéfica para o país”, observou.

NOVA FRONTEIRAS – Heloísa acredita que nos próximos aconteça um forte aquecimento do mercado de Petróleo e Gás, com a criação de oportunidades para fornecedores, e a possibilidade de geração de empregos diretos e indiretos, das petroleiras e de toda a cadeia. Uma das possibilidades é conseguir um aproveitamento melhor das reservas provadas, o que pode representar um aumento significativo na produção de petróleo. Além disso, há um grande potencial de novos campos nas Bacias da Margem Equatorial –  composta por cinco bacias: Foz do Amazonas, Pará Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar.

De acordo com a EPE, as características geológicas da bacia de Foz do Amazonas são similares com áreas já conhecidas na África (na Guiné), e em países vizinhos Guiana, Guiana Francesa e Suriname, onde estão ocorrendo grandes descobertas nos últimos cinco anos.

“O grande ‘boom’ da indústria de petróleo hoje acontece na Guiana. Temos que voltar a liderar o processo. Como as áreas apresentam o mesmo desenho geológico dos países vizinhos acreditamos que há um grande potencial. Essa é a grande fronteira de atuação. Ainda não há atividade exploratória na região, pois se aguarda licenciamento ambiental. O potencial embaixo da terra não gera emprego e renda. O que gera emprego e renda é a produção de Petróleo”, destaca a representante da EPE.


A diretora elogiou a postura da Rede Petro – BC, que tem feito esforços na busca de oportunidades na região. “Essas novas oportunidades exigirão que a gente traga toda a nossa competência e expertise que já temos na Bacia de Campos na exploração de águas profundas e leve para a Região Norte. Nesse sentido, é importante essa visão de futuro da Rede Petro – BC de já estar monitorando e prospectando esses negócios”, elogiou.

De acordo com a representante da EPE, a estimativa de investimento em Exploração e Produção nos próximos 10 anos (de 2022 a 2031) é de 450 bilhões de dólares, com concentração na região sudeste, que ainda é o principal polo.  Os valores serão investidos em Exploração (como a revitalização de campos maduros na Bacia de Campos), Desenvolvimento da Produção e Suporte Operacional. 

A apresentação completa está disponível no canal da Rede Petro – BC no YouTube ou acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=HdRZ5s3XC00&t=37s.